Artigo escrito por Alberto Luiz Vianna da Silveira.

Fui motivado a escrever este artigo diante da leitura de uma matéria numa revista que fazia referência a dor nas costas, e que levou-me a refletir um pouco mais a respeito de um elemento presente no nosso cotidiano, e que na maioria das vezes é o que justifica a vinda do paciente até nós, os fisioterapeutas: A Dor.

Nessa matéria, que fazia referência a uma pesquisa feita na Universidade de Washington, eles afirmavam que: “80% das pessoas têm dor nas costas em algum momento da vida. As pessoas que nunca sentem dor são uma exceção. Ainda hoje a recomendação padrão diante de um quadro de dor é o repouso. Isto aumenta o risco de desenvolver a dor crônica.”

Infelizmente, até mesmo as sofisticadas técnicas de imagem ajudam pouco no diagnóstico da dor.

O que sugerem os especialistas?

Nada muito substancial. Praticamente todos os episódios de dor nas costas desaparecem sozinhos, diz o neuro cirurgião John Loeser da Universidade de Washington.

Sugerem:

1. Analgésico simples (Tipo acetilsalicilico, acetaminofeno ou ileuprofeno) e no caso de crises repetidas, analgésicos sob prescrição médica;
2. Gelo;
3. Exercícios (aeróbicos, abdominais e extensão dorsal);
4. Técnicas de relaxamento; massagem; acupuntura; fisioterapia; quiropraxia e cirurgia.

Esta foi a seqüência apresentada apresentada pelos pesquisadores da dor da Universidade de Washington.

Alguns destes pontos merecem uma análise mais acurada afim que possamos afrontar este problema de uma forma mais global, pois segundo o, precursor da abordagem da dor Jhon Bonica, com seu texto clássico de 1953, e atualizado em 1990. Ele introduziu o conceito de que: A dor é uma entidade patológica especifica, e não apenas um sintoma.

Portanto desde a antigüidade a presença da dor e seu significado têm sido o martírio da humanidade, e suas causas e finalidades motivos de especulações.

É verdade que quase a totalidade dos indivíduos apresentará um quadro doloroso na vida, mas entretanto esta afirmação de que o quadro doloroso desaparecerá espontaneamente e pode aparecer até mesmo leviana, vindo de profissionais da área de saúde, afinal de contas já sabemos que as dores irão sim esconder-se através de toda e qualquer compensação, devido a ação dos mecanismos antálgicos de defesa, o que também incentivará através do tempo, o surgimento de um quadro crônico.

Outro ponto importantíssimo e que merece consideração, é a respeito da recomendação médica de repouso. Sabemos também que quanto mais tempo dermos a patologia maiores serão as possibilidades de a instalarmos definitivamente (quadro crônico).

Outra consideração importante é sobre o que sugerem os especialistas. Eles colocam, relegam a fisioterapia a um plano secundário dentro do planejamento terapêutico, o que me causa muita surpresa, já que no tratamento da dor, está mais que provado que o alongamento dos tecido moles recuperará a flexibilidade dos tecidos, pois foram lesados os nervos sensoriais contidos pelos tecidos moles devido ao trauma ou à prolongada tensão provocada por ansiedade, ódio, tensão emocional e stress.

Em função disto é que proponho uma avaliação criteriosa baseada numa discussão que procuraremos dar continuidade nesse site, falando sobre os conceitos neuranatômicos, neurofisiológicos e psicossociais da dor, afim de que possamos estabelecer a melhor intervenção terapêutica no que tange ao nosso campo de atuação, mas também possamos entender esta entidade patologia na sua complexidade.